O salão tem como núcleo forte o edifício do IPJ mas conta com exposições em vários pontos da cidade, de modo a ir ao encontro de um publico mais alargado e variado. Este ano o tema foi o dos Super-Heróis.
Biblioteca Municipal:
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Será interessante um dia no futuro (daqui a uns anos) terem novamente esta exposição no salão para se ver a sua evolução.
Museu Grão Vasco:
Viseu parece ter sido afinal o berço de Afonso Henriques e no ano em que uma bela exposição de arte medieval comemora no Museu Grão Vasco os 900 anos do seu nascimento, nada mais apropriado que juntar a esta uma exposição sobre o Rei herói português, tantas vezes presenta na banda desenhada. Gostei da inclusão de variados estilos de abordagem ao personagem, desde os mais sérios e mais didácticos aos mais cómicos e dos traços mais tradicionais aos mais alternativos.
Fórum Viseu:
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Instituto Português da Juventude:
Aqui estava o grosso das exposições do salão, incluindo os vencedores do concurso de Banda Desenhada, para o qual segundo a organização houve muito poucas candidaturas. Não sei como se processa a divulgação do concurso mas pelo menos para os escalões em idade escolar, poderia ser vantajoso tentar obter a coloboração de escolas, não só do concelho mas de outras zonas do país, na promoção do dito.
Na mesma sala estava uma pequena homenagem a Vasco Granja e uma muito interessante mostra de trabalhos de Pedro Massano, que permitiu observar não só a sua mestria mas também a sua enorme versatilidade, a qual lhe permite abordar variados estilos sempre com qualidade.
Também na mesma sala estava ainda presente a exposição dedicada ao país convidado, a Roménia. É sempre interessante ver trabalho vindos de país "não convencionais" da BD mas apesar da qualidade dos trabalhos presentes surpreendeu-me inicialmente que quase todos traziam um estilo fortemente decalcado do Franco-Belga clássico, não se distinguindo estilisticamente por exemplo de muitos autores duma certa geração portuguesa. A apresentação da exposição pelo seu padrinho, Luiz Beira, deixou, pelo discurso e atitude, afinal perceber que terá sido uma questão de selecção: o franco-belga foi por ele apresentado como culturalmente superior aos outros estilos, sendo o caso romeno
ainda mais entusiasmante, já que as obras tendem a ser publicadas simultanemamente em romeno e em francês, "sendo o francês a língua da cultura" e em seguida, do alto do seu trono cultural, aproveitou ainda para proscrever por intragabilidade toda a manga. Ora que se tenha lido algo e não se tenha gostado, parece-me normal; que não se tenha muita inclinação para uma determinada arte, género ou estilo, acontece; mas que alguém ignore à partida um estilo e se julge culturalmente superior por isso, já me parece quase um pouco nauseante. Mas adiante.
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Ainda no piso inferior mas já noutra área havia uma exposição interessante de super-heróis por autores portugueses, incluindo Daniel Maia, João Lemos e Eliseu Gouveia, entre outros.
A caminho do piso superior encontrava-se uma exposição do colectivo Luminus Box, constituído por quatro mangakas algarvias e cujo blog podem encontrar na nossa lista de blogs. O seu fanzine Luminus Fantasia pode ser consultado e comprado na nossa loja, estando o segundo volume prestes a chegar.
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No IPJ houve lugar à apresentação de vários prémios, o animarte BD 2009 para o Pedro Massano e os do concurso de BD, apresentação de alguns projectos, autógrafos, um jantar volante e um espectáculo bem-disposto de marionetas sobre o D. Afonso Henriques.
Lugar do Capitão:
Para acabar a noite em beleza, rumou-se por fim ao bar Lugar do Capitão, anunciado pelo militante da BD e fanzines mais conhecido de Portugal como o bar mais cool de Viseu e sem dúvida a merecer o epíteto. Aqui teve lugar uma tertúlia sobre BD, que é como quem diz uma amena cavaqueira sobre BD e a apresentação da exposição de BD de Hugo Teixeira pelo próprio autor.
Balanço do Salão:
Este dia passado no Salão foi bastante agradável. Sem dúvida será um festival a repetir da nossa parte. Para mais, Viseu é uma cidade bem bonita e simpática.
O Salão em si, apesar de pequeno em meios, nota-se que é feito com dedicação e boa vontade. Espero que a organização continue a encontrar forças e apoios para o manter por mais tempo. É pena que a afluência de público jovem seja tão diminuta: aqui ninguém pode dizer que a BD é uma coisa de crianças, pois a julgar pelos presentes, a BD é uma coisa, no mínimo, de quarentões...
Não sei quais as actividades do GICAV ao longo do ano mas um possibilidade para potenciar o envolvimento juvenil no Salão poderia passar pela criação de um grupo activo de jovens ligados à BD ou à animação, um atelier ou algo semelhante.
P.S.- As fotos são de telemóvel, daí a qualidade duvidosa. E desculpem o tamanho do post...
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