No ano passado saiu pela Viz a manga Solanin, de Inio Asano, compilando num só volume os dois tomos que constituem esta obra, que já estará a ser transformada em filme live-action.
Nela seguimos a história de Meiko uma trabalhadora-estudante a viver em Tóquio e do seu namorado Taneda que persegue o sonho de vingar na música enquanto lida com um part-time que não lhe permite pagar uma renda. Ambos procuram encontrar o equilíbrio entre os sonhos de juventude, o desejo de uma vida emocionante e plena, o conforto e aborrecimento de um emprego certo mas desagradável e o peso da responsabilidade.
Inio Asano conta-nos com delicadeza e alguma melancolia a incerteza do início da idade adulta, a um ritmo lento mas envolvente e com um traço muito belo, ao mesmo tempo simples e limpo mas cheio de pormenores e realismo.
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Grande parte do sucesso desta história é a sua personagem principal, Meiko, com o seu grafismo belo e empático e o seu equilíbrio entre a melancolia, incerteza e a força que a tornam próxima de nós leitores e nos fazem apaixonar por ela como vários dos personagens do livro. E é sobretudo ela quem nos prende até ao final, um final que como na nossa vida é ao mesmo tempo uma continuação e um começo, com o ponto de equilíbrio a ter de ser ajustado dia-a-dia mas sempre apoiado naqueles que nos acompanham, os amigos e a família. Amigos e família que também surgem na história, como catalizadores do desenvolvimento de Meiko mas também eles próprios a sofrerem as suas dúvidas e angústias e a prosseguirem o melhor que podem nas suas buscas da felicidade pessoal.
Uma leitura que se recomenda, a quem procura manga perto da vida real e e perto do coração mas longe da lamechice.
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