Nota: Este post foi instigado pelo livro "1001 Movies You Must See Before You Die".
Na primeira vez que fui ao Porto, sozinha e sem nada com que ocupar o tempo, acabei a assistir no Teatro do Campo Alegre a uma reposição deste filme magnífico.
Aurora é de facto uma canção de dois humanos cujas melodias se entrecuzam, correm ora harmónicas ora dissonantes, descem ao mais baixo tom para depois num momento de redenção subirem aos mais altos píncaros. A sua história é simples - a vida de um casal humilde e rural é desestabilizada por uma citadina sedutora - mas é filmada com uma sofisticação incrível para a tecnologia da época, tornando-a cheia de emoção, suspense, poesia. Cada plano é mágico, expressivo, lírico.
Vê-lo é também maravilhar-nos com quanto do que estamos a ver seria inovador para a época e quanto do que o cinema nos mostrou mais tarde já ali se encontrava. É sem dúvida um dos filmes mais preciosos que vi.
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