Nota: Este post foi instigado pelo livro "1001 Movies You Must See Before You Die".
Aaah, eu tenho que admitir: gostei mais da série de televisão. Enquanto comédia o filme custa um pouco a pegar, talvez por uma dos personagens principais só entrar quase a meio do filme. A série é mais hábil em nos fazer rir, o filme no entanto funciona muito bem como uma sátira mais naturalista sobre o absurdo da guerra, guiada pelo espírito irreverente dos anos 70.
Segue as peripécias de uma unidade médica próxima das linhas da frente da guerra da Coreia, onde quase todos tentam tirar o melhor proveito da situação, o que gera um rol de constante humor negro e sexual. Robert Altman já em início de carreira era hábil em gerir grupos grandes de personagens em cena, aqui mantendo-os muitas vezes em caos controlado. Esse caos por um lado é uma das coisas que contribui para um certo realismo mas por outro por vezes deixa-nos um pouco distantes das piadas que estão a acontecer. Essa sensação diminui quando entra em cena Trapper, que com Hawkeye Pierce (Donald Sutherland, em modo de excelência) vai formar uma dupla maravilha que se torna o nosso foco no meio daquelas personagens todas.
MASH introduz ainda um grande tema musical mesmo em sintonia com o filme: uma canção com uma forma aparentemente tradicional, séria mas com uma letra deliciosamente negra e jocosa. A mesma que meio do filme, na sua melhor cena (a da última ceia) vai ganhar todo um maior sentido.