domingo, 12 de maio de 2013

1001 Filmes: Marnie (1964)


Nota: Este post foi instigado pelo livro "1001 Movies You Must See Before You Die".


Marnie (Tippi Hedren) desfalca a empresa onde trabalha e parte, assumindo uma nova identidade, em direcção a uma nova empresa onde planear repetir o golpe. Chama no entanto a atenção do seu novo patrão, Mark Rutland, (Sean Connery) que a reconhece da empresa anterior e a adopta como objecto de fascínio (etológico).

Até um certo ponto esta podia ser a premissa para uma comédia romântica mas este é um filme de Hitchcock. Logo em vez disso há tensão, crime e manipulação. Tem duas boas interpretações, especialmente a de Tippi Hedren mas infelizmente tem também uma dose demasiado pesada de psicanálise, que é a grande motivação do filme. Basta ver as personagens principais: Marnie é uma ladra e mentirosa compulsiva com fobia pela cor vermelha, frígida e claramente com um trauma de infância. Ele estranhamente não é melhor: um dominador e sádico latente determinado a psicoanalisar Marnie e reformá-la mas que parece mais interessado nela pelo desafio de "domesticar um jaguar" do que por afecto.

Para mim foi um filme desapontante pela mão pesada a lidar com a psicologia da história mas ao mesmo tempo intrigante. Quão desconcertantes Mark e a sua relação com Marnie são: há ali claramente elementos que não são "normais", o seu distanciamento emocional sobretudo, mas ao mesmo tempo a perversidade da relação não é completamente explorada, não ficando muito claro qual era a intenção. E isto torna o filme um pouco estranho, mas pronto, há que conceder: fascinantemente estranho.


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