sexta-feira, 27 de março de 2009

V FIBDB - Festival Internacional de BD de Beja: Newsletter #1

Começam os preparativos para o FIBDB 2009, ficamos aqui com a primeira newsletter, acabada de receber pelo Paulo Monteiro, director da Bedeteca de Beja:

Exposições

Craig Thompson Denis Deprez
Blankets
frankenstein

Craig Thompson, o autor de Goodbye, Chunky Rice e Blankets, e Denis Deprez, autor de Frankenstein e Moby Dick, entre outras obras, são dois dos mais excitantes artistas da actualidade. O primeiro pela visão poética e intimista que imprime às suas histórias. O segundo, pelas atmosferas muito vincadas com que impregna as suas pranchas, muitas vezes a rasar o impressionismo.

Os autores estarão presentes em Beja nos dias 30 e 31 de Maio…

Organização:
Câmara Municipal de Beja - Bedeteca de Beja
bedetecadebeja@yahoo.com
Tel.: 00351 284 313 312

Bedeteca de Beja
Edifício da Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800-508 Beja

quinta-feira, 26 de março de 2009

Mini Evento no Montijo - Atalaia: com o convite de Daniel Maia

Nos passados dias 24 e 25 por convide de Daneil Maia, fomos a duas escolas no Montijo, precisamente Atalaia, divulgar a Banda Desenhada onde realmente é necessário, nas escolas primárias. Os alunos tinham previamente pesquisado na internet acerca do trabalho de um dos melhores artistas portugueses, assim que ele chegou à escola foi o delírio total.

No primeiro dia Daniel Maia fez brilhante e pacientemente uma breve explicação da história da Banda Desenhada a estes alunos do primeiro ciclo, explicando como surgiu, as técnicas visuais e narrativas, etc.



Os alunos impacientes ouviam a sua explicação, enquanto olhavam de lado para todos os nossos livros e figuras.

Posteriormente deu a conhecer aos alunos de como se faz a colorização hoje em dia, através de técnicas digitais.

No segundo dia, numa outra escola mais calma repetiu-se o evento mas nesta os alunos tinham preparado uma surpresa, fizeram imensas Bandas Desenhadas que colocaram nas janelas e pilares da escola.


Terminando assim esta jornada o Daniel Maia fez gentilmente desenhos a quem lhe pediu.
Esta iniciativa é realmente de louvar pois é aí que reside o factor X, onde se aprende a ler e a ter gosto pela BD. É isto que realmente falta em Portugal, mais, muito mais iniciativas deste género.

Sendo importante e necessário que todos os directores de escolas, assim como todos os vereadores da cultura de cada concelho estejam receptivos a este tipo de eventos.

Um bem haja ao Daniel Maia e à Professora Fátima pelo convite.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Soul Eater

Soul Eater, é sem dúvida um dos fenómenos de popularidade no Japão, começando agora a chegar à Europa.
Publicado no Japão pela antologia Shonen Gangan (e mais tarde passarei a explicar isto) da Square Enix da autoria de Atsushi Ookubo é um dos mais crescentes sucessos dos últimos anos fazendo frente a frente ao Shikabane Hime e do mega-hit Fullmetal Alchemist sendo também um dos títulos com maior penetração no mercado exterior.

Soul Eater é uma série shonen na sua forma mais tradicional, que poderia sem dúvida ser publicada numa Shonen Jump, mas que coloca como protagonista uma rapariga comum com os mesmos perfis e objectivos que podemos encontrar nos protagonistas do Naruto e One Piece, sendo este um dos factores que chama mais à atenção da série.

Pelos vistos está anunciado já há algum tempo a sua publicação pela Yen Press, mas até agora ainda não o vi. Aguardemos então a sua chegada, até porque devo confessar que estou completamente viciado neste anime, bastante divertido e dinâmico, mas ao mesmo tempo contando uma lição de vida.

Conta a história de Maka Albarn, uma menina que tem como objectivo criar a melhor Death Scythe (as foices, ou armas, com os quais pessoas como ela, conhecidas como “Portadores”, enfrentam bruxas e os seres místicos conhecidos como Kishins) de todas, superando sua mãe e criando uma arma melhor do que a de seu pai divorciado, que ela despreza imensamente. Conta também com seu companheiro “a arma” Soul, sendo este os dois principais protagonistas da série.

Entretanto esta série vem à conquista da Europa, o seu próximo passo são tanto a Itália, via Panini, quanto o altamente potente mercado francês – que já está preparando eventos temáticos de divulgação (coisa que tem que ser aprendida por aqui, mas isto é outra história).

Atsushi Ookubo, autor de Soul Eater, marcou presença na Virgin Megastore dos Champs Elysées, no dia 13 março 2009. Data do seu lançamento em França.


E eu sinto-me invejoso aqui.



segunda-feira, 16 de março de 2009

Hack/Slash

Filha de uma slasher e derradeira vítima sobrevivente do furor assassino da própria mãe, Cassie Hack, vê-se como que involuntariamente empurrada para um caminho onde perseguir e matar outros slashers é a única opção de vida razoável.


Na linha de Buffy ou Veronica Mars mas deslocado para o universo dos filmes de terror adolescente, Hack/Slash, mantém o formato de série centrada numa protagonista feminina forte e de língua afiada, que tem de seguir o seu caminho entre o combate ao crime e as pressões sociais da vida adolescente. Aqui, no entanto, o combate ao crime é regado com sangue e tripas, cutelos e bastões e a vida social não é a de uma loira bonitinha mas consciente num liceu americano típico mas a de uma morena entre o gótico e o punk que abandonou a escola e que segue viagem acompanhada por um companheiro de aspecto monstruoso mas de coração terno, Vlad.


Os dois primeiros TPB compilam sobretudo one-shots que foram publicados entre 2005 e 2007. As histórias são interessantes mas nota-se que a reduzida extensão das mesmas é uma desvantagem, impedindo o aprofundar das personagens em cada história e tornando nalgumas ocasiões o storyboard algo apressado. No entanto, ao longo dos dois TPB, sente-se a nossa ligação com os protagonistas aumentar a passo a passo, para o que contribui também a introdução de vários personagens secundários que mais tarde vão acabar por se tornar mais ou menos permanentes no enredo geral da série. A arte gráfica, por seu lado, é um pouco irregular mas sempre aceitável.


Estes dois TPB valem sobretudo pela introdução ao mundo de Hack/Slash e pelo conceito algo original que nos é apresentado sobre os slashers: não apenas assassinos em série, a quem o lucro nas salas de cinema concedeu o direito a várias sequelas mas sim toda uma espécie à parte de assassinos maníacos com poderes próprios, muita tenacidade, capacidade para regressarem da morte aparente em busca de vingança e com um ódio insano contra a vida, a juventude e o sexo. As histórias aqui compiladas não sendo essenciais para o enredo da série regular, são francamente recomendáveis para quem quer começar a seguir a série e incluem algumas pérolas como a história Comic Book Carnage, onde podemos assistir ao assassínio do famoso autor de BD americano, Steve Niles, numa convenção de comics e a participação de vários assassinos famosos do cinema e dos comics.


O terceiro e quarto volumes compilam a mini-série Hack/Slash vs. Chucky, um crossover com o famoso boneco assassino, e os primeiros 10 números da série mensal. Aqui a arte é mais regular e em geral de melhor qualidade e os argumentos beneficiam com o maior espaço para se desenvolverem. Algumas personagens secundárias (vítimas sobreviventes) das one-shots iniciais reincidem e tornam-se personagens regulares que, mesmo à distância, ajudam Cassie na sua jornada e alguns slashers originais têm direito à sua sequela e tornam-se parte da imagem de marca de Hack/ Slash.


Depois das one-shots e mini-séries curtas, quando chegamos à série já estamos agarrados aos personagens, o que aliado ao tom ligeiro, irónico e referencial das histórias, faz deste título um bom entretenimento a seguir.

sábado, 14 de março de 2009

20 anos de Manga na Europa

Duas décadas de mangá no continente europeu deixaram marcas indeléveis na produção e indústria local. Hoje, 40% da indústria de BD no continente tem o dedo dessa estética, que começou a partir da publicação de Akira, de Katsuhiro Otomo, e a partir daí, foi como uma bola de neve, nunca mais parou e foi crescendo. Não foi nem é uma moda, porque modas são coisas passageiras, efémeras: é uma realidade, concreta e sólida, que extrapolou os media em si e tornou-se um movimento cultural que ultrapassou as próprias origens, gerando iniciativas de produção ao redor do mundo – comparativamente, é o rock do traço, influenciando toda uma geração de jovens leitores e artistas. E com tudo isto, o Centre Belge de la Bande Dessinée, em Bruxelas, abriu uma exposição para comemorar as duas décadas de introdução e crescimento dessa estética de origem nipónica que hoje desperta iniciativas, reactiva mercados moribundos – quando não activa mercados inexistentes – e trouxe variedade de géneros para leitores afastados da BD.

O Centre é um dos mais importantes espaços dedicados à BD em território Belga – e falamos de um país onde a BD é levada muito a sério. Será bom lembrar que muitas das grandes obras da BD europeia não são realmente francesas, mas belgas – como o famoso Tintin, de Hergé. A exposição contará com exibição de edições raras, documentos originais, reproduções de objectos e outros marcos da presença “mangática” nestes vinte anos.